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     A termoablação a laser com fibra radial é, junto com a radiofrequência, a técnica de escolha (Gold Standart) no tratamento das safenas doentes (com refluxo) em pacientes com Insuficiência venosa crônica (varizes graves). A menor taxa de dor pós procedimento e menor intervalo afastado do trabalho são os principais argumentos favoráveis ao seu emprego ao invés da cirurgia convencional. O seu maior problema é o custo dos equipamentos (gerador e fibra) que, devido à alta carga tributária e dificuldade logística de importação aumentam os custos dessa técnica no Brasil. A Inglaterra e os EUA já evidenciaram a redução dos custos totais do tratamento de varizes sintomáticas quando uma dessas técnicas é empregada de maneira ambulatorial. No Brasil, porém, não foi realizado nenhum estudo nessa área, motivo pelo qual essa técnica ainda é restrita a poucos centros de tratamento particular, privando a grande maioria dos pacientes dos sistemas coletivos de saúde, como o SUS e os convênios médicos, a terem acesso a esse tipo de intervenção.

     A termoablação com laser endovenoso 1064 nm com fibra radial é consagrada como técnica ambulatorial por ser realizada com anestesia local somente. O uso da anestesia com lidocaina (mesma usada nos dentistas) diluída em soro fisiológico e injetada ao redor das veias já se mostrou extremamente segura e confortável. Pode também ser realizada em âmbito hospital associada à sedação em pacientes mais ansiosos ou com doença mais extensa, permitindo assim, o tratamento de quaisquer apresentação da doença mas sem o uso de anestesia raquimedular ou geral.

     Enquanto isso a principal anestesia empregada no tratamento cirúrgico convencional de varizes é a raquimedular. Apesar de ser considerada segura, tem índices de cefaleia pós punção, neuroplegias e  retenção urinárias que, quando somados, não são desprezíveis. Outro ponto é que, o período de perda de tonus muscular e maior intervalo de imobilidade podem levar a maior risco de complicações tromboembólicas.

     Outro ponto a favor da termoablação a a ausência de necessidade do paciente repousar após o procedimento. Enquanto a cirurgia tradicional avulsiona a safena deixando abertos todas as tributárias que se conectam ao eixo principal, o laser e a radiofrequência ocluem a tronco da safena e, por conseguinte, todas as ramificações na origem. E é essa característica que permite ao paciente se levantar para caminhar imediatamente após o tratamento sem restrições a fazer trabalhos em escritório, etc...

     Enquanto as principais diretrizes internacionais elegem a termoablação com anestesia local como a técnica de escolha (figura 1) para o tratamento do refluxo de safenas em detrimento a cirurgia tradicional, a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), sem entrar no mérito do tipo de anestesia, coloca ambas as técnicas no mesmo patamar, deixando à critério do médico a escolha entre elas.

     

Figura 1 - Guidelines do American Venous Forum; mais importante consenso de Flebologia. Para acessar o documento na integra, é só clicar na imagem

     Concluindo, sempre que há indicação do tratamento de safenas, vamos priorizar o tratamento com o laser endovenoso e uso da fibra radial para fazer o tratamento com anestesia local na própria clínica ou, mais raramente, no Hospital com associação de sedação, mitigando as complicações e orientando nossos pacientes a retornarem o mais rápido possível a sua rotina, salvo atividade física intensa e exposição ao sol.

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